A era neurocibernética

9 janeiro, 2025

As aplicações cibernéticas na neurociência e saúde mental desafiam os limites éticos e filosóficos. A fusão de conceitos cibernéticos com processos neurológicos levanta questões fundamentais: o que significa ser humano? Como as máquinas podem alterar nossa cognição? E como essas mudanças poderão impactar as relações sociais e culturais?

Assim como toda moeda tem dois lados, o "neurocibernético", como irei chamar, também possui o seu. De um lado, há o potencial transformador. Interfaces cérebro-máquina (ICMs), realidade virtual para reabilitação neuropsicológica e o uso de inteligência artificial no diagnóstico e tratamento neurológico oferecem um futuro promissor. Contudo, essas inovações também trazem desafios profundos.

Embora as interfaces cérebro-computador tenham fins nobres, como a reabilitação e a comunicação, elas levantam preocupações éticas. Procedimentos invasivos podem causar infecções, e os dados neurais coletados são vulneráveis a violações de privacidade e segurança. Além disso, a integração da inteligência artificial na saúde, apesar de seus benefícios, pode gerar medo e ansiedade, especialmente entre aqueles que não compreendem ou confiam plenamente nessas tecnologias.

Hoje, já carregamos um fardo maior do que podemos suportar: o maior vilão desta década tem sido a superexposição às tecnologias digitais. Estudos demonstram que o uso excessivo dessas ferramentas pode levar a alterações cognitivas, como dificuldades de atenção, impulsividade e mudanças no sistema de recompensa do cérebro. Basta observar o comportamento de uma criança desta geração: dispositivos móveis muitas vezes dominam suas rotinas, moldando padrões cognitivos e comportamentais de forma preocupante.

A pandemia de 2020 acelerou ainda mais esse avanço cibernético. Isolados do mundo físico, mergulhamos profundamente no virtual. O tempo de tela aumentou drasticamente, deixando um legado que ainda molda nossa relação com as tecnologias digitais e suas consequências para a saúde mental e social.

O futuro é promissor, mas também perigoso. Cabe a nós navegar por essas águas com responsabilidade, aproveitando as oportunidades do "neurocibernético" enquanto enfrentamos os desafios éticos, psicológicos e sociais que ele inevitavelmente traz.

 

O que é neuropsicologia?

24 setembro, 2024

A neuropsicologia é uma área que faz uma ponte entre a psicologia e a neurologia. - Como assim, Juliana? - Ela combina o entendimento da mente e do comportamento humano que encontramos na psicologia com o estudo da estrutura e do funcionamento cerebral que encontramos na neurologia. Nesse sentido, quando juntamos essas duas áreas de conhecimento, conseguimos investigar como que certas alterações no cérebro afetam o comportamento, as emoções e as funções cognitivas. Assim, podemos oferecer uma compreensão mais completa do que está ocorrendo com o paciente e, a partir do diagnóstico, podemos oferecer uma estratégia mais assertiva quanto aos próximos passos.

A avaliação neuropsicológica possibilita ao profissional elaborar um mapeamento detalhado das funções cognitivas do paciente, identificando com exatidão tanto os déficits quanto as habilidades cognitivas. Além disso, essa avaliação facilita o acompanhamento da progressão de doenças neurológicas, contribuindo na criação de estratégias de intervenção mais eficientes.


Quando procurar uma avaliação neuropsicológica?

  • Problemas de aprendizagem: crianças e adolescentes em fase escolar.
  • Dificuldade de memória e concentração.
  • Mudanças significativas no comportamento e nas emoções.
  • Grandes dificuldades em planejas e tomar decisões
  • Lesões Cerebrais e Doenças Neurológicas: pacientes que sofreram traumatismo craniano, AVC, ou com hipótese diagnóstica de doenças como Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla; A avaliação auxilia no mapeamento cognitivo a fim de oferecer estratégias de tratamento e reabilitação. 
  • Transtorno do Espectro Autista; a avaliação neuropsicológica vai além do diagnóstico, sendo extremamente útil para desenvolver um planejamento personalizado que ajude o paciente a lidar melhor com suas demandas diárias e a melhorar sua qualidade de vida.


Se você ou alguém que conhece tem notado mudanças na memória, no comportamento ou dificuldades no aprendizado, uma avaliação neuropsicológica pode ser o primeiro passo para entender melhor o que está acontecendo e buscar o tratamento adequado. Agende uma consulta agora mesmo!